terça-feira, 20 de novembro de 2007

Fichamentos Geográficos

A Geografia na Escola


Século XIX: Geografia Moderna (científica ou tradicional).
Ensino anterior ao séc. XIX: elitista, dominada por instituições religiosas.
ILUMINISMO: RAZÃO HUMANA: IGUALDADE entre HOMENS.
Antropocentrismo: o homem entra no lugar de Deus, vigorando a RAZÃO.
Ensino para todos os cidadãos: “direito de todos e dever do Estado”.
Burguesia, em ascensão, defende escolarização para todos, pois quer a participação política de todos para consolidar a ordem democrática burguesa.
A transformação do sistema Feudal em Capitalista foi alcançada através da EDUCAÇÃO, juntamente com a eminente classe burguesa, a qual defendia os ideais da Revolução Burguesa: Igualdade, Liberdade e Fraternidade aos cidadãos.
A educação na Europa do séc. XIX era voltada ao NACIONALISMO. Logo instituiu-se a implementação das disciplinas de História, Geografia e Língua Nacional, primeiramente na Alemanha, para a construção de uma identidade nacional: UNIDADE IDEAL.
A Língua nacional seria para a construção de uma unidade cultural, ligada ao tempo histórico e ao espaço geográfico.
A Geografia desde sempre foi atrelada a Geopolítica e por isso foi incluída nos currículos escolares, sustentando que o homem só é humano porque está inserido num espaço politizado, nacional. Ou seja, o espaço ocupado pelo cidadão.
Havia interesses econômicos, políticos e sociais para inclusão da Geografia no ensino, isto é: comprometimento com a ideologia do nacionalismo patriótico.
O grande desconforto no ensino da geografia está vinculado primeiramente sobre a precedência do natural sobre o social; a falta de interdisciplinaridade; a relação do conteúdo com a vida do discente. E a dominação do Estado ou as grandes empresas sobre o ensino.
Logo, o todo social e físico se complementam, pois o homem necessita de um lugar para tirar seus recursos naturais, morar, interagir, etc. E esta falta de interação, no contexto geográfico, dificulta a compreensão de tal disciplina.

Fontes, R. M. P. da A. Da Geografia que se Ensina à Gênese da Geografia Moderna. Florianópolis: UFSC, 1989.



O Questionamento da Geografia no Brasil




A partir da Segunda Guerra Mundial a estrutura urbana e rural sofre intensa metamorfose, tudo pelo fato da industrialização e mecanização das atividades agrícolas. Desta forma o mundo compreende-se numa grande teia econômica, onde o homem é o principal agente modelador do espaço geográfico.

Logo, o progresso reestrutura as novas técnicas do homem, assim a forma de organização do espaço mundial se modifica completamente, trazendo maneiras sofisticadas, virtualmente falando, de trabalhar com a realidade e suas dificuldades.

A “Geografia Teorética” valorizava os recursos da cibernética, da teoria da informação e das comunicações, assim como as técnicas matemáticas e de simulação, defendendo que o uso desses recursos permitia não somente explicar o espaço atual, como realizar predições.

Foi na década de 1970 que os trabalhos realizados nesta Geografia tiveram expressão na Fundação IBGE.

Tal Geografia não teve repercussão direta na escola, no entanto, devido o período político, a educação do País se empobreceu e os livros didáticos não apresentavam semelhança com a realidade social brasileira.


Estudos realizados em sala de aula

Docente: Profa. Dra. Rosely Sampaio Archela
Discentes: Rodrigo Santos Orasmo
Raoni Puntel Urquiza


A Produção Científica da Geografia.

A compreensão da Geografia abordada no Brasil em seus primórdios se faz a partir do entendimento histórico do século XIX na Europa. Desta forma, Pascoale Petrone relaciona a Geografia Moderna com as transformações político-econômicas e territoriais ocorridas no continente europeu.

Logo com o “domínio, organização do espaço, apropriação do território, variação regional são problemas em pauta para a prática da sociedade alemã e esses problemas cruciais surgiu a sistematização do pensamento geográfico”.

Esta sistematização se deu pelos principais nomes da Geografia: Alexandre Von Humboldt e Karl Ritter, os dois de origem alemã, sendo o primeiro naturalista e pesquisador e o segundo professor da Universidade em Berlim. Esta foi a Geografia Tradicional e científica do Século XIX.

Outros nomes também deram ênfase ao desenvolvimento da tal Ciência, como: Karl Marx e Friedrich Ratzel que foi responsável pela propagação das idéias deterministas e de expansão territorial, disseminando suas idéias não só em seu país de origem, Alemanha, mas também nos Estados Unidos, onde seus discípulos se tornaram mais radicais.

Assim colocava os europeus num topo hierárquico, explicando seu “desenvolvimento branco” e sua “prepotência divina”.

Durante o século XIX a discussão da Geografia permanece na Alemanha, mas no final deste século o foco vira-se, também, à França. Que, ao contrário da Alemanha (unificada em 1870 com o poder ainda nas mãos da minoria latifundiária), tem uma burguesia poderosa, a qual implanta o domínio das relações capitalistas no País e pós- guerra franco-prussiana quer fundamentar o expansionismo francês.

Desta maneira a Geografia se desenvolve no Estado Francês, sendo criadas as cátedras e os Institutos de Geografia, estimulando a formação de geógrafos e professores dessa disciplina.

Então Vidal de La Blache critica a Geografia determinista de Ratzel, criando, numa nova visão, o possibilismo, ou seja, há possibilidades de influências recíprocas, tanto do homem como do meio natural, devendo haver um equilíbrio entre ambos. Este princípio serviu também para justificar a ação imperial francesa e seu expansionismo colonial.

No Brasil as idéias vidalianas exerceram papel importante nas Universidades de São Paulo e Rio de Janeiro e mais tarde em Estados do interior e outras universidades do País. Esta norteou as pesquisas das primeiras gerações de cientistas brasileiros. Influenciando não apenas em núcleos universitários, como também nas escolas, através dos licenciados que foram influenciados pela escola francesa.

No entanto a Geografia Tradicional na década de 1950 passa a ser questionada em vários países. Então mais tarde os geógrafos brasileiros vão atrás de novos paradigmas e teorizações.


Estudos realizados em sala de aula

Docente: Profa. Dra. Rosely Sampaio Archela
Discentes: Rodrigo Santos Orasmo
Raoni Puntel Urquiza


Geografia uma breve história

A fundação da Faculdade de Filosofia da USP, em 1934, e do Departamento de Geografia em 1946 foi fundamental ao desenvolvimento da disciplina no País que teve influência européia e principalmente francesa. Concomitantemente foi fundada a Associação do Geógrafos Brasileiros (AGB).

Antes de tal fundação, a Geografia era ensina ensinada nas escolas por profissionais como acadêmicos de Direito, engenheiros, médicos, entre outros. E os livros didáticos expressavam uma Geografia puramente descritiva e enumerativa, estimulando apenas a memória dos estudantes.

A dependência cultural, em relação aos países em seu auge produtivo científico, estava, impreterivelmente, presente no desenvolvimento do Brasil. E esta dependência se mostrava em relação aos países do norte, mais objetivamente França e Estados Unidos.

A contribuição brasileira para a Geografia no século XIX foi relativamente pobre comparada a outros países como França, Alemanha, Inglaterra… porém Alfredo Ellis Junior se destacou, no entanto seus livros não tiveram aceitação devido a dificuldade dos conteúdos.

Delgado de Carvalho, com boa formação no exterior, conseguiu dar amplitude ao conhecimento geográfico, abordando temas nunca discutidos nacionalmente, como: a urgência da Geografia transcender-se a ciência; propôs o estudo do Brasil através de suas regiões, entre outras coisas.

Na década de 1930 a Geografia toma caráter científico no país, pois são criadas as primeiras Faculdades de Filosofia, o Conselho Nacional de Geografia e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE. Assim a USP da um novo panorama à História e para a Geografia (entre outros cursos também), criando os novos profissionais para trabalharem com Bacharelado e com Licenciatura. Isso afetou diretamente a estrutura da cultura brasileira.

A disciplina de Geografia surge como auxiliar da História, que se desenvolveu com o crescimento da produção científica baseada em trabalhos de Campo, com origem francesa e alemã.

E em 1942 já existem três cátedras no curso: Geografia Humana, Geografia Física e Geografia do Brasil. Tornando o aluno licenciado em História e Geografia. Mas, somente em 1957 o curso de História se subdivide, formando as duas disciplinas.

A AGB deu início à publicação do Boletim Paulista de Geografia (BPG), que influenciou a década de 1940 (e até hoje) na formação dos profissionais da USP e outras faculdades. Este órgão se atualizava na repercussão da Geografia nacional e mesmo internacional, pela seção denominada NOTICIÁRIO.

Os primeiros BPG’s apresentavam estudos principalmente em cima dos temas de regiões naturais e divisões regionais e o ensino de Geografia no curso secundário. Os artigos e notícias, sobre teses de concurso e doutorado do Departamento de Geografia da USP, eram publicados em tais boletins, fazendo com que fosse divulgado a produção do momento atual.

O principal objetivo da Geografia produzida no Brasil era voltado ao estudo do espaço nacional, e raramente o estudo tendia a outras partes do Globo ou temas gerais.


Estudos realizados em sala de aula

Docente: Profa. Dra. Rosely Sampaio Archela
Discentes: Rodrigo Santos Orasmo
Raoni Puntel Urquiza

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